Oi, aqui é o Victor! Na nona edição da Nos Eixos acabei reunindo um grande resumo de notícias da última semana, falo sobre como as premiações deixaram de representar para mim aquilo que eu mais gostava em passar quase três horas na frente da TV e mantenho o novo formato para as recomendações da semana, com dicas para ler, ver, ouvir e também para jogar.
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Eixo X: Algumas notícias da semana.
Amar é compartilhar a senha? A Netflix começou fevereiro detalhando o bloqueio de compartilhamento de contas em página do site nos Estados Unidos. Depois de uma enorme repercussão negativa global, disse que a atualização foi publicada por engano e que a cobrança extra continua apenas nos países em teste: Chile, Costa Rica e Peru.
A integração entre o Bing e o ChatGTP está aparecendo para algumas pessoas. Um usuário detalhou (em inglês) no Medium as novidades, que inclui uma nova aba “Chat“ no resultado de busca para acessar o modo conversa da inteligência artificial. Diferente do já conhecido ChatGTP limitado com informações de 2021, esta versão é atualizada com dados mais recentes.
O Google anunciou seu concorrente ao ChatGPT: o Bard. Alimentada pelo LaMDA (Language Model for Dialogue Applications ou Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo), a inteligência artificial conversacional será integrada à Busca do Google da mesma forma que usamos o ChatGPT atualmente: basta escrever uma sentença ou pergunta, simples ou complexa, para gerar uma resposta.
“Cada vez mais as pessoas estão recorrendo ao Google para obter insights e entendimentos mais profundos – como “é mais fácil de aprender piano ou violão e quanta prática cada um precisa?” […] A IA pode ser útil nesses momentos, reunindo insights para perguntas para as quais não há uma resposta certa.”
O Google realiza (em inglês) amanhã um evento para IA, Busca, Maps e além, podendo detalhar melhor o funcionamento do Bard.
A Microsoft anunciou (em inglês) de surpresa um evento que acontece hoje à tarde, mas sem transmissão para o público.
E por que ninguém está falando do CatGPT? 🐱
Tron 3 está avançado e infelizmente será com o Jared Leto. Depois do Tron de 1982 e de Tron: O Legado de 2010, o novo filme será chamado de Tron: Ares com direção de Joachim Ronning (Malévola 2) e roteiro de Jesse Wigutow (O Corvo, Eragon). Pelo título inspirado no deus da guerra da mitologia grega, espero uma grande batalha no mundo cibernético de Tron.
Star Wars Jedi: Survivor foi adiado de 17 de março para 28 de abril. O jogo é sequência de Jedi: Fallen Order, que me fez redescobrir o amor por Star Wars. A decisão, segundo a EA, “dará ao time o tempo que eles precisam” para polir o jogo.
GTA 6 pode estar na sua fase final de desenvolvimento, reforçando teorias de que aquele grande vazamento de setembro mostrava o desenvolvimento inicial de alguns anos atrás onde os gráficos ainda não eram prioridade. Atualmente, a Rockstar estaria polindo o jogo, corrigindo bugs e preparando os toques finais antes de lançar o game.
A 343 Industries vai usar a Unreal Engine em seu próximo jogo por consequência das demissões em massa da Microsoft. Projetos desenvolvidos sob o motor gráfico Slipspace (de Halo Infinite) devem ser migrados para a Unreal Engine, incluindo o battle royale em desenvolvimento com o codinome Tatanka.
E apesar de a Microsoft ter prometido que Halo Infinite seria “o começo dos próximos dez anos de Halo”, seu time de desenvolvimento não estaria trabalhando tão ativamente em novos conteúdos para o jogo atual, mas sim preocupada em fazer protótipos com a Unreal e experimentar ideias para futuros games da saga.
A empresa que quiser manter o selo dourado no Twitter terá que pagar US$ 1 mil. Por mês.
A A24 vai adaptar a creepypasta The Backrooms para o cinema. Segundo o Deadline, o criador do curta está envolvido como diretor e James Wan (Invocação do Mal, Maligno) e Shawn Levy (Free Guy, Gigantes de Aço, Deadpool 3) serão produtores executivos. Os Backrooms se popularizaram como lenda urbana da internet como parte inacabada do mundo real com grandes ambientes sem vida de tom monocromático, lâmpadas fluorescentes e criaturas estranhas. Vários jogos tiraram proveito da atmosfera tensa e assustadora e como filme tem muito potencial. Espero que dê certo.
Rihanna sobe aos palcos do Halftime Show do Super Bowl no domingo e seu novo álbum seria liberado logo após a apresentação. Essa matéria do Gizmodo detalha o que podemos esperar.
Por causa do evento de futebol americano, o quinto episódio de The Last of Us foi antecipado (!!!) de domingo para sexta-feira, dia 10 de fevereiro.
Resumo Apple da semana
Um iPhone mais caro deve chegar em 2024. O suposto iPhone 16 Ultra seria o terceiro modelo premium (com a Apple mantendo o Pro e Pro Max) e teria câmeras ainda mais completas, tela maior, chip mais veloz e pode ser lançado com corpo totalmente sem fio ao remover a porta de carregamento (os modelos deste ano receberão o USB-C para substituir o Lightning).
Um novo Mac Studio não deve chegar por tão cedo, já que sua existência poderia canibalizar as vendas do novo Mac Pro.
Não espere também novos HomePod mini, AirPods Max e AirPods ”Lite” (que custará US$ 99). Tais aparelhos devem chegar entre 2024 e 2025.
A Apple segue trabalhando no carregamento bilateral inteligente para iPhone. Diferente da recarga sem fio reversa de celulares Android, o sistema seria capaz de regular a velocidade de recarga entre o iPhone e o dispositivo recarregado (AirPods ou Apple Watch), evitando superaquecimento e com maior eficiência energética.
Chegaram ao Brasil os novos Mac Mini e MacBook Pro com M2, adotando chip atualizado e mesmo design das gerações anteriores.
O iPhone 14 Plus parece ser um fracasso de vendas, e isso prova que a estratégia da Apple para vender mais modelos Pro deu certo.
Samsung e LG se preparam para fabricar telas OLED mais brilhantes para o iPad Pro de 2024. Ele é esperado com novo design, Smart Connector reposicionado (tornando os modelos incompatíveis com acessórios atuais) e Face ID alinhado na horizontal.
E até que eu gostei desse conceito de iPhone Ultra baseado no Apple Watch Ultra.
Eixo X: O que aconteceu com as premiações? (ou o que aconteceu comigo)
O Grammy 2023 foi transmitido na noite de domingo e eu honestamente não podia estar mais desinteressado. Na verdade, minha completa apatia em relação às premiações — em especial de música, cinema e séries — não para de crescer.
Lembro que durante boa parte da minha adolescência eu adorava acompanhar as premiações. Achava tudo glamuroso, não entendia algumas piadas dos apresentadores e ria mesmo assim, comentava no ainda jovem Twitter e, no dia seguinte, debatia com os colegas da escola sobre quem venceu e quem perdeu.
Mas então as premiações começaram a se tornar óbvias. Anunciando grandes filmes, séries ou artistas que possam ou não merecer tamanho reconhecimento, mas deixando de colocar um holofote naquilo que eu mais gostava de acompanhar por quase três horas esse tipo de conteúdo: o que não conhecíamos.
Eu descobria vários cantores e artistas em performance ao vivo ou por indicações nos Grammys mais antigos. Também passava a conhecer séries que se quer imaginavam existir graças ao Emmy, sem falar nos filmes diferentes que tinham a honra de receber uma indicação ao Oscar, imagina então ganhar a estatueta.
Hoje é tudo óbvio. Se não um completo absurdo. CODA jamais deveria ter vencido o Oscar de Melhor Filme em 2022, muito menos Green Book em 2019. Como o Grammy indica ABCDEFU para Música do Ano? Harry’s House não merece o Álbum do Ano com Renaissance ao lado.
Com o passar do anos o gigantesco lobby das indústrias para que seus indicados vençam o prêmio em questão foi escancarado. Seja promovendo filmes e séries em viagens caras com tudo incluso ou o envio de presentes extravagantes. E, ainda mais, notamos o racismo e machismo escancarados até os dias de hoje.
Drake ter sido indicado em uma categoria de rap quando ele e todo o mundo considerava Hotline Bling uma música pop já deixava claro o viés do Grammy. The Weeknd não ter recebido uma única indicação pelo After Hours de 2020 escancarou ainda mais, tanto que o artista respondeu o boicote à altura e nunca mais submeteu uma de suas músicas à premiação.
Eu teria medo de estar me inclinando a uma versão atualizada do boomer saudosista do passado que diz que “na minha época é que tinha coisa boa”, mas sei que felizmente isso não é verdade. A cada ano conheço excelentes novas músicas, filmes maravilhosos e séries que me deixam arrepiado, mas acho que seja um pouco de verdade em relação às premiações. Ou talvez apenas eu tenha mudado.
Sei que as premiações mudaram, mas acredito que eu tenha mudado mais. Não me interesso por premiações por que elas são desnecessariamente longas, não trabalho com isso e ainda preciso acordar cedo na manhã seguinte, então não existe razão para assistir horas de algo que não faça mais diferença para mim.
Claro que o impacto continua. Ser indicado ao Grammy, Emmy, Golden Globe e Oscar é o sonho de praticamente qualquer pessoa que trabalhe na indústria, mas não importe o que façam para tentar popularizar as premiações, acho que para mim elas já não representam o que eu mais gostava: o senso de novidade e descoberta que me deixava animado o suficiente para passar quase três horas na frente da TV.
Eixo Z: as recomendações da semana.
Para ler.
O Núcleo fez uma impressionante matéria detalhando o gasto milionário do site pró-bolsonarista Brasil Paralelo para ficar no topo das pesquisas do Google e disparar propaganda pelo Facebook (sendo o maior anunciante da Meta no Brasil).
O Guilher Lobão publicou um excelente texto no Coffice sobre Chafé e síndrome de impostor. E aqui a carapuça serviu.
Para ver.
O Tiago do Tira do Papel postou um vídeo sobre o uso do ChatGPT e IA como parte do nosso processo criativo. Essa é a primeira parte.
Esse vídeo (em inglês) do RoboKast me fez querer jogar Stardew Valley. Depois disso vi suas recomendações de jogos com significado (já joguei e amei A Short Hike, e ainda quero muito jogar Journey), então me inscrevi no canal. Depois tive minhas opiniões sobre Zelda: Breath of the Wild validadas. O jogo é muito incrível.
Para ouvir.
Descobri Magic Still Exists da Agnes na quinta-feira quando um seguidor compartilhou no Twitter o excelente clipe da impecável 24 Hours. O álbum psicodélico e muito espiritual traz o disco do começo ao fim e não é uma imitação barata com sintetizadores ou batidas que já estamos cansados de ouvir, tem um frescor que prova que o gênero nunca deixa de ser atual se for bem feito. Minhas grandes favoritas: 24 Hours, Here Comes The Night, Love and Appreciation, Selfmade e Fingers Crossed.
Viciado também na versão de 10 minutos de GMT (Jamie xx Remix). Já tinha escutado há um tempo, mas só agora fui dar o valor merecido.
Para jogar.
Entre as recomendações da última edição da Nos Eixos estava a segunda parte do vídeo do Nautilus de melhores jogos de 2022 que você não jogou. E um dos games citados era Dorfromantik, um relaxante quebra-cabeça de estratégia onde você precisa alinhar peças hexagonais correspondentes para obter mais pontos.
No modo normal de jogo, o objetivo é você realizar os marcos (como posicionar determinada quantidade de blocos de floresta, água, cidade, trilhos e plantação) antes de suas peças chegarem a zero. Quando um marco é concluído, mais peças são adicionadas à pilha. Se ela chega ao fim, a partida acaba.
O jogo é deliciosamente relaxante, feito para quando você quer desacelerar e só curtir o momento. A trilha sonora é calma e os efeitos sonoros são muito satisfatórios, além de possuir modo criativo para você criar um mapa sem se preocupar com a limitação das peças. Sem dúvida uma grande recomendação para quem, assim como eu, quer um joguinho calmo para desestressar e passar o tempo.
Dorfromantik está disponível para PC no Steam e no GOG e para Nintendo Switch.
Obrigado por ler a Nos Eixos da semana. Estou muito animado que, na próxima semana, a newsletter chega à sua décima edição. Quem diria que eu conseguiria me comprometer com algo por tanto tempo e ter um enorme prazer nisso.
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