Eu fiquei genuinamente surpreso quando a Microsoft confirmou o preço de lançamento do novo Xbox Series S para o mercado internacional. Conseguir produzir um console de próxima geração mais barato que o Xbox Series X e mantendo todas as tecnologias que estarão no modelo mais poderoso em meio ao cenário global é, sem dúvida, desafiador, e mostra o foco da empresa em criar um ecossistema único para os novos consoles.
O que eu realmente não esperava era que o Xbox Series S fosse custar apenas R$ 2.999 no lançamento. Não me entenda mal: eu sei que o país está por um dos momentos mais difíceis dos últimos anos e definitivamente não sou da turma que acredita na fala de que “você só precisa economizar” para comprar algo que queira.
A projeção de inflação para este ano não para de subir, a alta dos alimentos tem forçado os brasileiros a mudar a alimentação para não passar fome e, além de tudo isso, não teremos um aumento real para o salário mínimo de 2021, saindo de R$ 1.045 em 2020 para R$ 1.067 em 2021. Para completar, o desemprego no Brasil já é recorde com 13,1 milhões de pessoas sem trabalho e pode piorar ainda mais graças à péssima gestão do presidente Bolsonaro.
Em comparação com tudo isso, só o preço do Xbox Series S é equivalente a quase três vezes um salário mínimo no Brasil. Claro que o assunto é muito complexo e eu nunca vou acreditar que “basta querer” para ter algo, mas aqui eu quero analisar o potencial que o console tem para os próximos anos para se popularizar de forma surpreendente em todo o mundo.
Tudo do Series X, exceto resolução.
Diferente do que muitas pessoas poderiam imaginar, o Xbox Series S não é uma versão com capacidade gráfica reduzida para a próxima geração. A Microsoft promete que, mesmo o console custando menos e tendo uma placa gráfica significativamente inferior, o Series S vai entregar ao usuário tudo que ele espera de um novo console.
Isso inclui as novas tecnologias de velocidade com carregamento mais rápido e menor tempo de espera, ray tracing para sombras, iluminação e reflexos realistas que não existiam na oitava geração de consoles, além de oferecer a mesma capacidade de reprodução de jogos em até 120 fps. A diferença? Resolução.
Enquanto o Series X poderá rodar jogos em 4K (e teoricamente chegar a 8K em determinados momentos), o Series S vai entregar a definição máxima de 1440p, um pouco acima do tradicional Full HD.
Com isso, não existe necessidade para um processamento gráfico tão superior no Series S já que ele não vai precisar lidar com renderizações em altíssima definição e downloads maiores graças às texturas em 4K.
Claro que ainda não sabemos se, de fato, o Series S vai se comportar tão bem em jogos como o Series X, especialmente com o passar dos anos, mas ainda coloco minha mão no fogo e acredito que não teremos diferenças absurdas de desempenho gráfico.
Xbox Game Pass.
E é aqui onde a Microsoft brilha. Com o Game Pass o Xbox Series S ganha um potencial ainda mais incrível. Aliando o preço baixo e uma assinatura do serviço, você já possui uma vasta biblioteca de jogos de gerações passadas e também os lançamentos da próxima geração já no lançamento e sem pagar a mais por isso.
Assinando o plano Ultimate – um pouco mais caro, mas que definitivamente vale a pena – você tem a assinatura Live Gold inclusa com todos seus benefícios e a possibilidade de realizar streaming de jogos do seu console (Xbox Console Streaming) e da nuvem (Xbox Cloud Streaming/Project xCloud)para o seu smartphone.
O foco da Microsoft parece estar bem definido em fornecer serviços aliados aos jogos, permitindo que você jogue o que quiser, quando quiser e onde quiser, sem restrições, e esse plano pode dar muito certo.
Novamente, levando em consideração não o presente, mas o futuro, com o Xbox Series S ficando cada vez mais barato e participando de promoções com excelentes preços, entrar na próxima geração pode não ser tão burocrático como muitos de nós (inclusive eu mesmo) imaginamos.
Pessoalmente não acredito que, para os jogadores mais comuns, seja necessário comprar o novo Xbox Series S no lançamento, muito menos o Series X. O preço cheio e os poucos exclusivos para a próxima geração não me animaram o bastante para pegar o console e vou esperar para adquirir no próximo ano, onde mais títulos lançados apenas para o Series X/S devem ser publicados e, com sorte, teremos um valor ainda mais interessante.
A chegada dos novos consoles é empolgante para todos na indústria – sejam fãs, jornalistas, entusiastas ou as próprias desenvolvedoras – e, com um preço relativamente “baixo”, muitos poderão entrar na próxima geração sabendo o que esperar: jogos igualmente inesquecíveis e momentos que ficarão guardados em nossas memórias por muito tempo.
